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Observatório astronômico de Chichén Itzá |
Abusamos. Exploramos recursos naturais ao máximo, sem reposição, gerando um ciclo de esgotamento natural - como mostra o sensacional vídeo Story of Stuff.
Espécies sumiram do mapa, florestas desapareceram, o clima da Terra foi ficando gradativamente mais quente. E, enquanto isso, a própria civilização humana estimula um estilo de vida egocêntrico, egoísta, consumista e hedonista. "Cada um por si, e Deus por todos", diz o ditado. Ou "o maior engole o menor", ou ainda "a sobrevivência do mais apto" para os darwinianos sociais.
A matemática maya é baseada num sistema vintesimal, diferente do nosso que é decimal. Por uma razão muito simples: temos 20 dedos ao todo, e não 10. Não vou me aprofundar na explicação da importância do 20, basta saber que ele é a base da matemática deles.
Poizentão. 20 anos antes de 2012, as coisas já começaram a se agitar aqui no nosso planetinha azul. É só pensar nos avanços da ciência e da tecnologia de 1992 pra cá.


Com a popularização da Internet a partir dos anos 2000, começamos a desenvolver uma coisa que era o ápice para os mayas: a consciência coletiva.
E conforme íamos nos aproximando do fatídico ano de 2012, esta consciência coletiva foi se aprimorando, se enraizando em cada ser, em cada cultura. E indo além: saindo da telinha, do virtual, para o mundo real. O próprio Fórum Social Mundial de 2005, que deu início a parte I deste post, é uma expressão desta nova consciência coletiva se manifestando.
E aí vieram as mídias sociais, o YouTube, o crowdsourcing, o crowdfunding, a co-criação. Todas elas expressões deste embrião de consciência coletiva.
Os mayas diziam (e eu concordo) que a Terra é um ser vivo e pulsante, cuja consciência é a soma de todas as consciências nela contidas. Um exemplo bem básico pra explicar isso somos nós mesmos, seres humanos pluricelulares e complexos: cada célula do nosso corpo é um ser vivo único, independente, que trabalha em conjunto com outras células, para que possamos ser um animal senciente da raça Homo sapiens sapiens.
Imagine a confusão que daria se um grupo de células do intestino grosso briga com um grupo de células do intestino delgado, e como resultado o estômago entra em greve. Mas não, isso não acontece, há harmonia no conjunto. Nossas células todas trabalham em conjunto do bem estar do ser maior - eu ou você. E, quando começam a se reproduzir louca e desordenadamente, sem função e sem controle, temos um câncer...
Se a união da "consciência" e da atividade das nossas células forma cada um de nós, não faz sentido pensar que com um organismo maior - a Terra - a coisa seja diferente. A única diferença é que o grupo de células humanas vive em desacordo, enquanto todas as outras - toda a Natureza - cumprem seu papel. É como se nós seres humanos, reduzidos a células de Gaia, defendêssemos só o nosso lado, o pessoal que forma o dedão do pé só pensa em si, e nos seus iguais, as do nariz também, e assim por diante.
Mas a "soma das consciências humanas" nunca teve um modo de expressão, por assim dizer. O mais próximo que temos disso seria a Wikipedia (hehe): um conjunto de ideias auto-reguladas e auto-organizadas em prol do conhecimento. Excluindo os trolls da equação, é um belo exemplo.
Feito o paralelo da consciência coletiva com os mayas, chegamos ao fim desta parte II.
Continua na parte III...