sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

#Philosophê: 2012, Mayas, Fim do Mundo, #SOPA, #PIPA... (Parte I)



Buenas, vou inaugurar mais um quadro aqui no Boteco. Afinal, não existe papo de bar sem filosofia etílica, é, ou não é, ou não é?

Pelo tema, é um #philosophê um tanto quanto longo, então vou ter que dividir por partes. Ainda não sei quantas serão.

Bora lá.

No Fórum Social Mundial de 2005 conheci e passei a acompanhar o tal do "Calendário Maya" de que tanto se fala. Fui atrás de informação quente mesmo, como funcionam os selos, os números, o que significa esta coisa de que todo mundo fala e ninguém entende. E renderia 1000 posts só explicar isso. Mas não é este o intuito. A introdução vai ser chata bem didática e explicativa, mas chegaremos a um desfecho adelante. Ou não.

A questão aqui é abordar o tal "Fim do Mundo" tão alardeado pela Grande Mídia e repetido ad infinitum. O tal "Fim do Mundo" de que tanto falam é do que o final do Calendário de Conta Longa, que termina em   12.19.19.17.19 (20 de dezembro de 2012) e reinicia em 13.0.0.0.0 (21 de dezembro de 2012). É como se fosse um "reveillon" após "um ano" que durou 25.525 anos - que é o tempo que nosso sistema solar leva pra dar 1/5 da volta em torno do buraco negro que é o centro da Via Láctea (sim, eles calcularam isso tudo 5000 anos antes do surgimento da NASA!).

Pois bem. Os mayas descobriram que a Natureza (não só a Terra, mas o Universo inteiro) é regida por ciclos.E que estes ciclos tem significados inerentes a cada parte da passagem, assim como o verão é quente, o inverno é frio, etc, etc.
"Cada ciclo tem uma vibe, saca?". - RIP, Ongo.

O que interessa é que os mayas previram que no fim do ciclo de 25.525 anos a humanidade se veria defrontada com uma situação periclitante, uma Grande Mudança, que definiria o nosso futuro enquanto raça. E isso foi adotado pelos Desinformados da Silva como o prenúncio do fim do mundo.

Esta Grande Mudança de que os mayas falavam era uma mudança de pensamento de modo de vida. Nossa sociedade é baseada no sistema cristão-capitalista-ocidental, que por sua vez se sustenta no modelo físico mecanicista de Newton, e no modelo matemático de Descartes, o Plano Cartesiano. Tirando a Física Quântica, toda a nossa ciência se apoia nestes dois indivíduos aí.

E a sociedade ocidental cresceu vendo a Terra como uma máquina, o corpo humano como uma máquina, a Natureza como uma máquina, onde cada ação gera uma reação de mesma intensidade e força contrária. E que se uma máquina dá problema, é só substituir a peça que está com defeito (transplante, por ex).

E assim a sociedade progrediu, conquistou os céus, a Terra e o espaço, extraindo recursos naturais sem repor, exaurindo, explorando. Afinal, a Terra é só um pedaço de rocha inerte flutuando no espaço, que nos foi dado para explorarmos ao nosso bel prazer... #OhWAIT! Aquecimento global, terremotos, enchentes, tsunamis... Parece que a Terra não é tão inerte assim...

Continua na Parte II...